Back
Back
Small Capacity, up to 150 pax
Em 2022, o Tremor lançou-se ao desafio de criar a Orquestra Modular Açoreana (OMA). Um projeto inspirado na ligação estreita de uma geração de músicos das ilhas com sintetizadores modulares, música electrónica e experimentação sonora, que visa formar um grupo temporário e ocasional que, sob a direção de um artista convidado, proporciona momentos únicos de imersão e improvisação, ativando um espaço ressonante e comunitário de som e imagem que se cumpre numa performance duracional de oito horas.
O coletivo, formado a partir de uma open call dirigido à comunidade interessada e aberta a músicos (profissionais ou amadores) que possuam sintetizadores analógicos, digitais ou emuladores de software, combina a intervenção comunitária em espaços públicos com o ritual místico, e encontra ressonância na música do espaço interior (inner space music).
Desde a sua fundação, passaram pela Orquestra Modular Açoriana mais de meia centena de músicos de diferentes geografias e gerações com supervisão de diversos artistas e colectivos norte americanos com sonoridades idiossincráticas tais como o drone planante de Bitchin Bajas, o noise e a vertente instalativa do duo MSHR ou a densidade da massa sonora imersiva de Marshstepper.
Peaking Lights, o duo composto pelo casal Aaron Coyes e Indra Dunis (também conhecida como A.C.I.D.), personificam o espírito belo e desgastado da ânsia psicadélica de vagabundagem. Como um par de Beatniks modernos, passaram anos a percorrer o mundo, absorvendo os sons de terras distantes e destilando-os numa mistura alucinante e intensa. A sua música é um testemunho do poder do desvio e da descoberta, uma tapeçaria sonora tecida a partir de fios de dub, krautrock e música eletrónica. Mas o som de Peaking Lights é mais do que um pastiche estilístico — é uma expressão profundamente pessoal, quase mística, dos seus próprios mundos interiores. Como um Captain Beefheart dos dias de hoje, o trabalho de guitarra de Coyes é uma maravilha de abstração intensa com efeitos pesados, enquanto as vocalizações de Dunis evocam o fantasma de Nico, com toda a sua frieza distante e mistério lacónico. Juntos, criam uma música que está profundamente enraizada na tradição psicadélica e, ao mesmo tempo, é totalmente própria — uma verdadeira expressão autêntica e excêntrica.
São os artistas convidados para a edição deste ano da OMA, uma orquestra composta por sintetizadores modulares e teclados composta por pessoas que se interessem em ou toquem estes instrumentos. Esta performance terá uma duração de dez horas.