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Apesar de já ter sido apontado como sendo o programador com a melhor “poker face” da equipa, existe registo fotográfico do momento quase exacto em que Márcio Laranjeira descobriu que Beak>, um dos headliners mais cobiçados do Tremor 2017, não viriam ao festival. E, sendo assim, de modo a poderem tirar as vossas conclusões, o estoicismo desta “poker face” pode ser avaliada no aftermovie do Tremor daquele ano. Márcio Laranjeira, que durante estes primeiros quatros anos assegura que teve pesadelos com aviões, voos cancelados e aeroportos, acredita que o cancelamento da vinda do produtor de Portishead às ilhas foi uma das melhores coisas que aconteceu ao festival. Perdemos a oportunidade de vermos Geoff Barrow a nadar de bruços no Pesqueiro mas o Tremor, de acordo com Márcio Laranjeira, ganhou neste dia um novo significado:
«Quando os Beak> cancelaram a primeira coisa que eu pensei foi: isto vai ser o caos. Era o artista maior que nós tínhamos este ano e a própria comunicação foi feita muito em torno deste concerto. Já estava a imaginar só pessoal na bilheteira a pedir reembolso. E quando nós anunciamos isso, não houve um único pedido de devolução de bilhete. E foi aí que percebemos que a malta vem ao festival não pelos nomes do cartaz, mas sim pela experiência. E isto libertou-nos de muita coisa. É muito surreal este efeito que se cria no Tremor, este efeito de família, em que se percebe que o pessoal está todo para o mesmo e que se muda alguma coisa no que estava planeado, continua tudo bem.»