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Chegado ao fim de Março e terminado o Tremor, há uma mudança de folhagem pelas redes sociais açoriano-adjacentes. As fotos de perfil passam a ser fotos de abraços, finos na mão, gente a curtir ao pé de cascatas, gente a curtir em concertos, gente a curtir uns com os outros. Esta espécie de foto-fenómeno colectivo só é possível graças a uma pessoa: Vera Marmelo, a incansável fotógrafa de serviço do Tremor desde 2015, a quem pedimos a tarefa ingrata de escolher uma só história sobre um festival que está há 8 anos a retratar. A Vera diz que não tem muitas histórias pessoais do Tremor e explica porquê:
«Eu, no Tremor, ando sempre com uma média de 3 horas de sono em cima. As pessoas ficam a dançar e eu já estou no hotel a fazer uma gestão de energia e a editar as centenas de fotografias que tirei no próprio dia. Durante todos os dias do festival. Mesmo no último dia, o exercício que faço é: acabam os concertos, vou para o quarto do hotel, começo a editar fotos, vou para aeroporto e, enquanto estou à espera do avião estou a editar fotos (com tudo a dormir à minha volta). Depois entro dentro para dentro do avião, faço a viagem a ainda a editar fotografias e quando chego a Lisboa é só meter as fotos no blogue para depois fazer os posts. Mas acho que este imediatismo vale a pena. Porque eu lembro-me de às vezes ainda estar a circular em concerto e encontrar alguém no telemóvel a fazer scroll no meu blog porque sabem que as fotos estão disponíveis no dia seguinte. Por isso é que digo que não tenho muitas histórias pessoais do Tremor. Às vezes sinto que não vou estou a viver o festival. Estou a observar o festival. Mas também não queria abdicar de estar a fotografar porque sinto que estou a fotografar coisas para que as outras pessoas, quando depois mais tarde reverem as fotografias, se recordem do que é que estavam a curtir naquele momento.»